SERIADO: Primeiro Sarau PoAncestral 12/12/2023.
O Primeiro Sarau PoAncestral ocorreu no dia 12 de dezembro de m2023, no CMET Paulo Freire em Porto Alegre. Este seriado contém vídeos das apresentações realizadas no Sarau. Como foram muitos para uma só noite houve pouco tempo o que provocou uma abordagem resumida. Colocados aqui você pode se informar do tema e seguir aprofundamento na produção dos autores que indicam publicações em livros, artigos ou sites. Foi uma excelente noite para você sorver e até mesmo obter referências para o trabalho.
Professora Rosa de Fátima Pereira, codinome Rosa Mayombe, do Coletivo de Escritores Negros, grupo de cultura negra, conta sua trajetória que a levou a escrever e publicar seus livros de conteúdo de autêntuca uma história de vida fortalecida na afirmação cultural. Confira
Livro Revoar. Tempo 13:46
Marcha das ancestrais
Estamos às centenas, aos milhares,
Em marcha
Nos apunhalar com palavras
ou o rasgo do seu cassetete na minha pele
Não arde mais do que sua aversão
ao nosso cabelo,
a nossa roupa
à etnia
de nosso povo arrancado da pátria,
presa da barbárie e do poderio
Estamos às centenas, aos milhares,
Em marcha
Quando avista minha cor na rua
E me indaga se eu tenho uma colega
Seu juízo de valor me assalta
Respondo: sim
É especialista em não limpar sua sujeira
A intolerância alva
cospe em nossa pretitude
todos os dias
perpetuando a subserviência
entrando pelo elevador de serviço
limpando o vaso do seu banheiro
preparando seu almoço e jantar
frequentando a sala de estar
apenas para aspirar o pó dos móveis
ser a babá dos seus filhos e do seu cachorro
E no fim do expediente
Confinar meu repouso na senzala:
o quartinho de empregada
Se eu for jovem serei assediada
Com seu falo a abusar do meu corpo
Mais tarde,
Incriminada por “seduzir” o patrão.
Continuamos às centenas, aos milhares,
Em marcha
Não precisa mascarar a sua repulsa
Afaste de mim, seu olhar
toda a vez que sua retina me enxergar inferior
O grau de seu preconceito não me oprime
Tenho a lente aumentada sobre minha auto-estima
Sei quem eu sou,
a onde pertenço
e onde estou
Uma nação que atravessou o oceano
Com os corpos apresados por correntes
Feito mercadorias
Descendente de um povo
Des-nominado
Sob a alcunha dos algozes senhores
Calaram a nossa língua
sufocaram nossas crenças
Mas tudo que é nosso se eterniza
no sangue e na alma
A África é a nossa religião
Origem e destino
Somos centenas, milhares
em marcha
Abandonamos os aventais
Ocupamos a Casa Grande:
As bibliotecas, os parlamentos
Estamos chegando,
aos poucos,
ainda enfrentando as balas e as torturas
Mas as peias não nos travam mais
E as mordaças não nos silenciam
Somos nossos ancestrais
Somos nossas ancestrais
que nunca desistem de chegar,
de romper, definitivamente,
as algemas do racismo.
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